Lembrei daquele filme Four rooms (O grande Hotel; Porque no Brasil título de filme tem que ter adjetivo?). Um dos filmes mais engraçados que já vi. O filme é dividido em 4 pequenas estórias, e uma delas é com o Banderas. Em uma das cenas ele penteia o cabelo do seu filho, que deixará no hotel sob supervisão do camareiro enquanto vai à uma festa com a esposa.
Essa “penteada” foi a minha referência para texturizar o cabelo do personagem.

Usei o cabelo como cobaia para todo tipo de experimento em texturização. Apanhei bastante para pegar o jeito da coisa. Foram várias as tentativas de abrir a malha, várias texturas diferentes pintadas e quase uma semana de testes até chegar num resultado que lembrasse vagamente uma massa capilar. Basicamente, a própria forma de abertura da malha, iniciada com uma projeção esférica e, teve que definir o penteado (o sentido da textura). Adicionei um bump no material para dar um certo volume e não deixar um brilho muito chapado. Não deve ser a melhor solução, mas por hora, é isso.

Também dei uma rotacionada no posicionamento da malha aberta. Fiz alguns testes práticos e descobri que é impossível pentear o cabelo para trás de forma totalmente perpendicular a testa. Sendo destro, o final do movimento sempre puxará um pouco para a direita. E é claro, rotacionar a malha é mais fácil do que alterar a pintura da textura.

O que mais deu trabalho, até eu acertar a abertura da malha, foi fazer a costeleta. Ela segue um padrão horizontalizado, diferente da nuca que desce verticalmente. Tentei fazer isso diretamente na pintura, mas provou-se mais eficiente fazer com que essa parte da malha aberta se posicionasse em sentido diferente do resto.

Com o uso do bump, a iluminação acaba definindo melhor a textura, criando um relevo “fake” que pode ser notado na superfície, mas não nas bordas. Não sei até que ponto isso será um problema até colocar o personagem no cenário. Mas caso a cabeça não fique muito próxima da câmera, nem a frente de um fundo muito contrastante, acho que não terei problemas.

Apliquei a mesma textura nas sobrancelhas, também a partir de uma projeção esférica, tomando o cuidado de desfazer as sobreposições da UV no Texture Editor. Acho até que texturizar as sobrancelhas foi um exagero, mas estou usando as coisas mais simples para exercitar. Daqui para frente a coisa tende a ficar mais complexa. Só mexi um pouco no material para que não tivesse tanto brilho quanto o cabelo e diminui o efeito do bump.
P.S.: Fui no cabelereiro e cortei o cabelo também.